Sua vida é muito importante!
4/3/2011
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O período de festas anima a população brasileira, mas a alegria pode também proporcionar muitos riscos para os foliões.
Evite os exageros, brinque com segurança e curta muitos carnavais!
Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil
Brasília - Muitas situações de emergência registradas durante o carnaval poderiam ser evitadas com cuidados considerados básicos, de acordo com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
As orientações incluem, por exemplo, definir previamente quem será responsável pelo volante durante os dias de folia, sobretudo se houver consumo de álcool. Outra recomendação é respeitar os limites do corpo e não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas.
Comer mal, beber muito e dormir pouco, segundo o órgão, representam uma combinação que acaba prejudicando o corpo e pode provocar complicações.
Quem vai pegar a estrada nos dias de festa deve também redobrar a atenção e estar descansado.
Para acionar o Samu, basta ligar para o número 192. Mais informações estão disponíveis no site www.saude.gov.br.
Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Saúde divulgou um alerta sobre o risco provocado pelo consumo de bebida alcoólica associado com a direção, principalmente durante o período de festas de carnaval, e, sobretudo, para homens jovens. Dados da pasta indicam que os acidentes de trânsito são uma das principais causas de morte entre pessoas do sexo masculino com idade entre 20 e 24 anos. Ao todo, quase 40 mil óbitos são registrados todos os anos em razão de acidentes. "Tradicionalmente, são eles quem mais arriscam a própria vida com a mistura de bebida e volante", afirmou o ministério, por meio de nota. De acordo com o Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas, por questões culturais, os homens têm comportamento de risco maior e assumem mais riscos. A recomendação do ministério é que a população não consuma bebida alcoólica antes de dirigir. Durante o carnaval, é preciso também redobrar os cuidados com o trânsito nas rodovias.
Com a proximidade do Carnaval, blocos de rua, ensaios de escolas de samba e trios elétricos já concentram milhares de foliões. Para não deixar a alegria desafinar, é preciso tomar alguns cuidados que ajudem a garantir um carnaval sem lembranças - ou "heranças" - desagradáveis. No quesito saúde, estar com as vacinas em dia já é um ótimo começo. "Elas protegem de doenças de fácil transmissão pelo beijo, aperto de mão ou contato sexual, e também de outras que estão controladas no Brasil, mas que podem ser transmitidas por turistas estrangeiros, como o sarampo, por exemplo", explica a médica Flávia Bravo, coordenadora do Centro Brasileiro de Medicina do Viajante (CBMEVi). Conheça outras dicas da especialista para o Carnaval.
Suor e desidratação No verão, a temperatura sobe ainda mais nos cordões de foliões. Alegria e samba, axé, frevo e outros ritmos aumentam o gasto energético e o corpo perde muita água e sais minerais pelo suor. Por isso, uma boa dica é levar uma garrafinha de água à tira-colo. Sucos naturais, água-de-coco e isotônicos também são ótimas opções para repor o líquido perdido. E para quem consome bebidas alcoólicas, é preciso redobrar a atenção. A ingestão de álcool deve ser intercalada com a de água, o que mantém a pessoa hidratada e ajuda a evitar a ressaca. "Mas evite consumir bebidas armazenadas em isopores sujos, com gelo não filtrado. Ambos podem ser veículos de transmissão para a leptospirose e para o vírus da hepatite A", frisa a médica.
Alimentação Na maioria das cidades brasileiras, o Carnaval é comemorado 24 horas por dia. Com tantas opções, muitos foliões não fazem intervalos regulares para realizar as refeições. O descuido pode gerar fraqueza e, junto com o desgaste físico, debilitar o organismo. Para quem não quer perder tempo, mas também não quer abrir mão da saúde, uma alternativa é caprichar no café da manhã. "Uma refeição bem equilibrada e nutritiva, com proteínas, carboidratos, suco e leite antes da folia garante energia para o dia e também ajuda a evitar as consequências do consumo de álcool ", orienta Flávia.
Para os momentos de folia, a médica indica barrinhas de cereais, saladas de fruta e sanduíches naturais que são opções de lanches bem leves. Porém, cuidado com a procedência dos alimentos manipulados. Na hora de comer na rua, atenção às condições de higiene. Quando a fome bate, aquela barraquinha da esquina pode parecer o melhor restaurante do mundo. Mas lembre-se que alimentos preparados ou conservados em condições inadequadas de higiene podem oferecer grandes riscos à saúde. Hepatite A,gastroenterites, toxoplasmose, verminose e leptospirose estão entre algumas das consequências.
Pés protegidos Garrafas de vidro e latas de bebidas descartadas indevidamente oferecem risco de tétano. A médica Flávia alerta para o risco de as pessoas brincarem o Carnaval descalças e destaca a importância de manterem em dia a vacina contra o tétano, que exige dose de reforço a cada 10 anos. Uma opção é a vacina tríplice bacteriana, que além do tétano protege contra difteria e coqueluche.
Segurança no sexo vai além da camisinha Corpos à mostra, alegria em alta e excesso de bebidas alcoólicas. Em meio a tantos estímulos é difícil segurar a libido. Por isso, durante o Carnaval, aumenta o número de relações sexuais desprotegidas. Estudo internacional realizado em 2010 mostrou que quase metade dos jovens sexualmente ativos praticam relações sexuais sem utilizar métodos contraceptivos, incluindo, claro, a camisinha.
"O uso do preservativo é essencial. Ele previne a AIDs, hepatites, e outras doenças sexualmente transmissíveis. Mas, a falta de cuidados na hora de guardar a camisinha ou no momento de colocá-la pode causar pequenas fissuras e aí a prevenção fica comprometida. Neste caso, é recomendado, principalmente para os jovens, tomar vacinas que protegem de doenças relacionadas ao ato sexual", indica a médica. A vacina do HPV, por exemplo, é fundamental porque o contágio pelo vírus do papiloma humano pode acontecer mesmo quando há uso de preservativo. Se a parte da pele não coberta pela camisinha estiver infectada, há chances de contágio. A imunização contra Hepatite B também é importante, já que a doença é transmitida por sangue contaminado e é cerca de 100 vezes mais contagiosa que a AIDS. Como neurose não combina com Carnaval, as vacinas continuam sendo a forma mais eficaz de combater pelo menos as doenças imunopreveníveis. Nos casos em que não há esta possibilidade, vale uma boa dose de informação, bom senso e de cuidado redobrado, lançando mão de todos os recursos disponíveis. Afinal, o que todos queremos é somar muitos e muitos carnavais.