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Brancos ainda ocupam a maior parte das vagas nas universidades

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Brancos ainda ocupam a maior parte das vagas nas universidades

        A Síntese de Indicadores Sociais 2008 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quarta-feira, mostra que a representatividade dos negros e pardos nas instituições de ensino superior não apenas permanece baixa, como também cresce em menor proporção do que a de brancos.
        Em 1997, a porcentagem de negros e pardos com mais de 25 anos e nível superior completo no País era de apenas 2,2%, enquanto a de brancos era de 9,6%. Mesmo com a lei de cotas vigorando no Brasil desde 2001, determinando às universidades federais que reservem 50% das vagas aos negros e pardos, a diferença entre os representantes desses grupos raciais e os brancos que concluíram o ensino superior continua em níveis bastante elevados. Em 2007 - quando muitos que ingressaram pela política de cotas já estavam formados - o número de brancos era de 13,4%, enquanto o de negros e pardos alcançava apenas 4%, um número três vezes menor.
        Estes dados mostram que, mesmo depois de uma década na qual houve movimentos em direção a minimizar os obstáculos para a ascensão dos grupos raciais menos favorecidos, as populações de negros e pardos continuam em uma situação de maior dificuldade.
        "Eu acredito que como existe um contingente muito grande de pessoas de cor preta e parda que ainda têm um rendimento familiar muito baixo, e houve no país nos últimos anos, uma disseminação de universidades privadas, cujo preço, nós todos sabemos não é acessível, certamente isso deve ter uma influência. Essa é uma hipótese explicativa do porque a distância está aumentando" disse Ana Lúcia Faboia, gerente da Síntese de Indicadores Sociais.

        Universitários

       
As pesquisas realizadas com estudantes entre 18 e 25 anos de idade para averiguar a porcentagem de universitários entre cada uma das raças, também mostram que a população branca se encontra favorecida apresentando números mais elevados que os de negros e pardos. Inclusive, a porcentagem de negros e pardos que freqüentavam uma universidade em 2007 era ainda menor do que a porcentagem de brancos em 1997.
        Segundo o IBGE, entre os estudantes de 18 a 24 anos de idade, a porcentagem de brancos que se encontram no nível superior é de 57,9% e a dos negros e pardos é de 25%.
        Outro dado relevante apontado pela pesquisa, é que a diferença que favorece os brancos aumentou na última década. Analisando os dados por idade, se observa que, por exemplo, a porcentagem da população branca com 21 anos de idade que eram alunos de uma instituição de ensino superior em 2007 era de 24,2% contra 8,4% de pessoas pretas e pardas. Uma diferença de 15,8 pontos percentuais. Em 1997 essa diferença era de 9,6 pontos percentuais.

        Do ensino fundamental à universidade

        Observando as pesquisas que abrangem as diferenças de escolaridade entre as pessoas das raças analisadas, dos 15 aos 24 anos, percebe-se que as disparidades já se apresentam de uma forma significativa antes da universidade.
        Entre os 15 aos 17 anos, idades adequadas ao ensino médio, dos cerca de 85,2% dos brancos que freqüentavam a escola, 58,7% estavam no ensino médio. Entre os pretos e pardos, o total dos alunos que estavam na série correta de acordo com a idade eram de 39,4% de um total de 79,8% que freqüentavam a escola.

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