PROUNI
19/8/2008
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Bolsista do Prouni pode ganhar para estudar.
O estudante de medicina Marcelo Diesel, 20 anos, começa a contar os dias na primeira quinzena de cada mês. É quando ele recebe os R$ 300,00 da Bolsa Permanência, um benefício mensal para quem é bolsista integral do Prouni. Universitário desde o segundo semestre de 2007, o estudante de Cuiabá recebe o auxílio desde o começo da faculdade.
O dinheiro é fundamental para Marcelo comprar livros, fazer cópias e ajudar em casa. O valor facilita a vida do estudante, mas não é suficiente. "Ela não ajuda tanto quanto deveria, porque o valor não é reajustado", diz o universitário, que mora e é bancado pelos pais. "Tenho amigos que sobrevivem com essa bolsa, tenho ainda outros que trabalham de noite", completa.
Apesar das dificuldades, ela é bem-vinda para cada vez mais alunos. De acordo com os últimos dados do Ministério da Educação, 2,5 mil estudantes foram beneficiados com a bolsa no segundo semestre do ano passado. Desde que começou a ser distribuído, em 2005, o Prouni concedeu bolsas de estudo integrais e parciais a mais de 300 mil estudantes.
Os pré-requisitos para receber o valor são bem restritivos: é preciso que o aluno seja bolsista integral do Prouni em um curso presencial com no mínimo seis semestres de duração e com seis horas ou mais de aula por dia. Mas não basta só dizer que estuda mais de seis horas. A informação tem de partir da universidade, que cadastrada seus dados no Sistema Integrado de Informações da Educação Superior (SiedSup). Além disso, é preciso comprovar todo semestre que está regularmente matriculado no curso.
A bolsa, sujeita à disponibilidade de recursos do Ministério da Educação, pode também ser uma incógnita, diz o estudante. Marcelo Diesel já ficou sem receber o benefício em janeiro passado, que acabou sendo pago depois. "Recebi duas parcelas juntas", conta. "Ela é uma incerteza, e toda vez que depositam o dinheiro, eu agradeço a Deus, e os outros bolsistas também. Quebrei meu óculos e precisava dele pra fazer uma prova e, para consertar, tive que entrar no cheque especial", lamenta.
A idéia é manter o aluno carente na faculdade, mas, como diz Marcelo, o objetivo tanto do Prouni quanto da Bolsa Permanência nem sempre é bem compreendido pelos colegas pagantes. "Não enfrento preconceito na universidade por ser bolsista. Mas às vezes os colegas não entendem como os bolsistas não têm dinheiro para sair com eles se 'economizam' os R$ 3 mil da mensalidade. A verdade é que não temos esse dinheiro", comenta.
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