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Aprovação de cotas tem valor simbólico para movimento negro', di

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'Aprovação de cotas tem valor simbólico para movimento negro', diz ativista

Segundo integrante da Educafro, ensino superior é 'ilha de exclusão'.
Reserva de vagas nas federais passou na Câmara e segue para o Senado.

       
A aprovação na Câmara do projeto que reserva metade das vagas nas universidades federais para estudantes egressos da rede pública, nesta quinta-feira (20), foi tida como "um ganho político" por Douglas Belchior, um dos coordenadores da ONG Educafro, rede de cursinhos comunitários para jovens afrodescendentes e carentes.
        "Não há dúvidas de que essa aprovação tem um valor simbólico muito representativo para o movimento negro. É um ganho para o país, em especial para o povo negro brasileiro", afirmou o ativista. "O ensino superior é uma ilha de exclusão do Brasil, é um espaço reservado para elites. Precisamos garantir a presença do povo negro."
        O projeto de lei ainda tem de ser aprovado pelo Senado para, então, seguir à sanção presidencial. O texto aprovado pelos deputados estabelece ainda subcotas para negros, indígenas e estudantes de baixa renda.
        A divisão destas cotas será feita de acordo com o percentual de negros, pardos e índios encontrados na população do estado em que está a instituição de ensino. Em um estado, por exemplo, que tenha 20% de negros, pelo menos 20% das vagas reservadas a escolas públicas terão de ser ocupadas por negros.
        O projeto foi criticado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), porque pode levar à evasão de estudantes. Segundo o presidente Amaro Henrique Pessoa Lins, reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sem políticas de assistência ao universitário, o projeto fica capenga.
        Neste ponto, Belchior concorda com os reitores, porém, ressaslta: "O problema é combater a política de cotas. Temos de defender, além das cotas, uma política assistencial ampliada", diz.
        De acordo com o integrante da Educafro, a ONG pretende fazer pressão no Senado, para que o projeto seja aprovado. "As cotas são uma medida emergencial, mas não são só elas que vão resolver. É preciso investir no ensino como um todo", afirma.

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