Nem sempre o que os jovens pensam ser importante para a carreira corresponde às expectativas que as empresas têm sobre eles. A informação é da 10ª edição d
12/8/2011
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Os recém-formados acreditam que as companhias esperam deles Comprometimento (25%), Capacidade deAprendizagem (23%) e Espírito Empreendedor (13%). Por outro lado, as empresas destacam Trabalho em Equipe, Capacidade Analítica, Foco no Resultado, Liderança e Comunicação como as competências essenciais.
Para Bianca Mastropietro, consultora da NextView, a diferença de perspectivas explica as repostas. “Enquanto a empresa aponta as capacidades do empregado para entregar o trabalho que ele vai fazer agora, o jovem está pensando no longo prazo.”
Por exemplo, o fato de os jovens acreditarem que as empresas buscam qualidades como “Comprometimento” pode ser uma contrapartida deles à ideia de que os integrantes da Geração Y mudam muito de emprego. Eles querem fugir desse estigma. “Por outro lado, as empresas não pensam em comprometimento durante o processo de seleção. Elas buscam outras competências porque supõem que o jovem, ao participar desse processo, já demonstra que é comprometido”, explica Bianca.
Já quando citam “Capacidade de Aprendizagem” como uma das características que as empresas esperam deles, os jovens estão tentando se encaixar na ideia de que quem chega a uma empresa como estagiário ou recém-formado “está lá para aprender”. “São leituras de mercado, algumas vezes com entendimentos trocados”, afirma.
Investimento profissional – Perguntados sobre quais comportamentos precisavam desenvolver, osuniversitários destacaram: Liderança (17%), Espírito Empreendedor (14%), Influência (13%) e Comunicação (11%). “É normal o jovem pensar assim, já que liderança é o que ele menos pode treinar até agora”, comenta Bianca.
Por outro lado, a consultora acha grave que eles não acreditem na importância da Comunicação para a vida profissional, inclusive porque a habilidade é uma das cinco mais buscadas nas empresas. “Muitos jovens correm para se capacitar, buscam experiências de vida e cursos em temas que não necessariamente são demandas naquele momento de carreira. Ou seja, estão investindo no lugar errado.”
Uma vez dentro da empresa, é preciso entender qual o contexto e como as coisas funcionam ali, para então optar por um desenvolvimento mais correto. Para não se perder nessa caminhada, o autoconhecimento também é importante. “O jovem precisa ir atrás do que ele quer, não do que a empresa pede. No mercado existe espaço para todos os perfis comportamentais e formações”, diz a consultora.
A escolha dos aspectos que serão desenvolvidos deve ser realizada de maneira semelhante à escolha da profissão, levando em conta as habilidades de cada um. “Ninguém se sobressai naquilo que não é bom. Você pode amenizar um ponto fraco, mas dificilmente fará dele sua melhor característica.”